AtlanticolineA entrar no para o 4° mês de greve, os trabalhadores da Atlanticoline, nos Açores, lutam pela organização dos tempos de trabalho e a revisão da Tabela Salarial.

COMUNICADO AOS TRABALHADORES DA ATLÁNTICOLINE

Muito ruído tem inundado o espaço público da Região dos Açores acerca da Luta dos Trabalhadores da Atlanticoline, mas raramente os intervenientes, alguns com altas responsabilidades na administração regional, falam do que motiva essa Luta, dos Trabalhadores e das suas justas reivindicações. Estas tentativas de faltar a verdade do que está em causa, são automaticamente desmontadas com a realidade dos factos.

Ora o que está em causa é o respeito pelos Trabalhadores e pela Lei. Avançamos para o 4° mês de greve e reafirmamos:

1 — O que está em causa é a organização dos tempos de trabalho.

A Administração da Empresa não quer cumprir a Lei e apresenta propostas inaceitáveis e feridas de legalidade, para contornar a falta de Trabalhadores e embarcações, usa e abusa do trabalho extraordinário. Realidade que a Inspeção Regional de Trabalho aferiu: todos os limites contemplados no Código de Trabalho foram ultrapassados, bem como o desrespeito dos tempos de descanso entre turnos.

Nem a Administração da Empresa pode usar este recurso, nem as Entidades Governativas responsáveis pelo Sector podem ser coniventes ou fechar os olhos a esta prática da Atlânticoline

2 — Revisão da Tabela Salarial

No que diz respeito à revisão da tabela salarial, os Trabalhadores estão dispostos a abdicar dos retroativos a Abril de 2021, desde que fique expresso que, sempre que o valor do Salario Mínimo Nacional for atualizado, tal alteração repercutir-se á, em igual percentagem, nas diferentes categorias da tabela salarial.

Uma proposta justa e que permite que havendo aumento do salário mínimo, este valor não veja "engolindo" os vários níveis de remuneração da tabela salarial.

Concluindo:

O SIMAMEVIP está disponível para a resolução deste problema e continua aberto ao diálogo e à negociação, mas não aceitará nenhuma proposta que atente contra os Direitos do Trabalhadores ou os coloque a fazer horas extraordinárias para lá do que a Lei permite, comprometendo desta forma a conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar dos Trabalhadores e o seu Direito ao descanso.

Apelamos a que os Trabalhadores se mantenham unidos e firmes em torno desta justa reivindicação e do seu Sindicato, que é também assim que se defende um Serviço Público de transporte marítimo de Qualidade.

À Administração da Atlânticoline e após esta vaga de demissões, apelamos a que os novos membros da Administração não façam tábua rasa das reivindicações dos Trabalhadores, acabem com este impasse, cumpram a Lei, cumpra-se o Código de Trabalho.

Às Entidades Governamentais responsáveis pelo Sector apelamos a que instem a Administração da Empresa a cumprir a Lei e não ignorem as reivindicações dos Trabalhadores.

Fonte: SIMAMEVP - INDICATODOS TRABALHADORES DA MARINHA MERCANTE. AGÊNCIAS DE VIAGENS TRANSITÁRIOS E PESCA