No dia 6 de Abril, enquanto os accionistas do Grupo EDP vão atribuir a si próprios 750 milhões de euros de dividendos, valor superior aos lucros do ano, os trabalhadores vão mostrar a sua indignação, fazendo greve e uma concentração junto da sede da empresa.
Pelo aumento dos salários e pela valorização das carreiras e dos direitos, a Fiequimetal convocou uma greve de 24 horas para 6 de Abril. Neste dia, a partir das 10h30, vai reunir-se a Assembleia Geral Anual, para os accionistas deliberarem sobre as contas de 2021 e a atribuição de dividendos.
A esta mesma hora, no exterior do edifício-sede da EDP (Av. 24 de Julho, em Lisboa) vai realizar-se uma acção de protesto.
A federação e os sindicatos (SIESI, SITE Norte, SITE Centro-Norte e SITE CSRA) vão, até lá, realizar plenários e outras iniciativas de mobilização para a jornada de luta de 6 de Abril.
Justa indignação
Para a Fiequimetal e os seus sindicatos, é um escândalo que uma empresa que se prepara para atribuir 750 milhões de euros aos accionistas (valor acima dos lucros) ande a regatear, na mesa negocial, a valorização dos salários, carreiras, regime de disponibilidade e condições de acesso à pré-reforma.
A Fiequimetal esteve neste processo negocial, como sempre, numa postura construtiva e empenhada em alcançar um acordo, favorável aos trabalhadores.
Mas uma «administração da folha de Excel» teima em não olhar para dentro e recusa ter uma postura construtiva no sentido da valorização do seu principal activo: todos aqueles que, com o seu profissionalismo e dedicação, contribuem para a tão propalada empresa «top employer».
A mesma administração que recentemente brindou o ex-CEO António Mexia com mais dois milhões de euros, como prémio para não trabalhar, não está disponível para aumentar mais de 0,6 por cento os salários de quem trabalha todos os dias do ano.
Num comunicado aos trabalhadores, apela-se a que estes mostrem a sua indignação no dia da assembleia de accionistas.
Na luta por melhores salários e direitos, a unidade é decisiva! Dia 6, na greve e na concentração, é necessária a participação de todos os trabalhadores, independentemente da sua filiação sindical e do seu vínculo laboral com a EDP.