Os trabalhadores das lojas e centros de contacto da EDP, contratados através de empresas «prestadoras de serviços», aderiram em força à greve e à concentração em Lisboa, no dia 10, e conseguiram um primeiro compromisso da empresa pela qual dão a voz e a cara todos os dias.
A forte adesão à greve, organizada pela Fiequimetal e os seus sindicatos neste sector (SIESI, SITE Norte, SITE Centro-Norte e SITE CSRA), resultou no encerramento de praticamente todas as lojas da EDP, de norte a sul do País, e provocou forte perturbação nos centros de contacto de Lisboa.
Foi também muito participada a concentração realizada, ao fim da manhã, em Lisboa, junto da sede da EDP, com a presença de trabalhadores de vários locais de trabalho.
Nesta acção de luta — a segunda que teve lugar no âmbito do roteiro nacional promovido pela Fiequimetal, sob o lema «Também somos EDP» —, foi divulgado que a EDP, através do seu Gabinete de Relações Laborais, assumiu o compromisso de, no prazo de duas semanas, agendar uma reunião para discutir a melhoria das condições de vida e de trabalho dos mais de três mil trabalhadores que estão nesta situação.
Aplicação do ACT da EDP
Os trabalhadores das «prestadoras de serviços» exigem os salários e direitos que decorrem da aplicação do Acordo Colectivo de Trabalho da EDP.
O Grupo EDP registou 1170 milhões de euros de lucros, em 2022, a somar aos milhões alcançados nos anos anteriores. Recorre há cerca de três décadas à contratação (e até subcontratação) de empresas externas, para assegurar serviços essenciais, como as lojas da EDP Comercial, da SU e da E-Redes e os centros de contacto (call centers), como forma de excluir os trabalhadores do vínculo e da aplicação do ACT.
Esta importante concentração, que foi um ponto alto na prolongada e persistente luta dos trabalhadores, contou com a presença e as intervenções da secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, e dos coordenadores da Fiequimetal (Rogério Silva), do SIESI (Luís Santos), do SITE Norte (Miguel Ângelo) e da Interjovem (Dinis Lourenço), entre outros.
Desde o início do roteiro «Também somos EDP», a 18 de Janeiro, no Porto, os sindicatos têm recebido manifestações de apoio e confiança dos trabalhadores, em especial, através do aumento da sindicalização. Esta é uma condição essencial para o reforço da unidade e da força para a obtenção de resultados no presente processo reivindicativo.