O lay-off anunciado pela administração da filial da multinacional tailandesa Indorama Ventures mostrou que esta quer continuar a viver à conta do Estado e dos trabalhadores, acusou o SITE Sul, que exige a intervenção do Governo e convocou novo plenário para esta quarta-feira, dia 20, às 10 horas, na portaria da fábrica, em Sines.
A proposta de lay-off apresentada pela administração da Indorama é, a todos os níveis, inaceitável, afirma o sindicato, num comunicado que emitiu hoje. A rejeição foi também a posição assumida pelos trabalhadores, em plenário realizado na segunda-feira, dia 18.
O anúncio do lay-off por seis meses, renováveis por igual período, mostra ao que vem a multinacional: pretende que os trabalhadores recebam apenas 66 por cento do seu salário actual durante o próximo ano.
A comissão sindical do SITE Sul sublinha que o valor pago aos trabalhadores no período de lay-off é, na maior parte, suportado pela Segurança Social (ou seja, pelos descontos dos próprios trabalhadores). Esse valor poderia, a partir dos 66 por cento, ser compensado pela empresa até à totalidade dos salários.
Mas a Indorama - uma multinacional com mais cem fábrica em todo o mundo e com uma valorização bolsista de 4000 milhões de dólares - recusa qualquer pagamento acrescido aos trabalhadores neste período.
Além dos 134 trabalhadores da Indorama que vão para lay-off, já foram dispensadas cerca de 80 pessoas em postos de trabalho indirectos. Apenas ficam de fora do lay-off 17 trabalhadores, a maioria deles com cargos de direcção (aqueles que mais ganham), sem perderem regalias.
O sindicato manifesta ainda grandes preocupações relativamente à segurança das instalações, porque há intenção de reduzir o número de trabalhadores destinados a assegurar a integridade de uma fábrica com reconhecido risco de acidente ambiental industrial (classificação SEVESO), com impacto directo na região.