Na sequência de uma greve ao trabalho suplementar na RTP que já retirou do ar vários programas da grelha informativa da estação, o SINTTAV, Sindicato Nacional das Telecomunicações e Audiovisuais, enviou à administração da empresa, um pré-aviso de greve com a duração de 7 dias, iniciando-se às 0:00 horas de dia 14 e terminando às 23:59 de dia 20 de Outubro.

Esta greve surge após a decisão do Conselho de Administração da RTP, em fazer apenas 53 reenquadramentos profissionais (progressões de carreira) num universo de 1800 trabalhadores, não proceder a qualquer aumento intercalar para combater a inflação, contrariando as indicações do próprio governo, e recusar sequer negociar estas matérias com os sindicatos.

Os trabalhadores, fartos de uma situação aberrante, que consiste no facto de uma empresa pública como a RTP, não ter sequer um procedimento de avaliação de desempenho e de promoções e onde abunda repetidamente o recurso à precariedade laborai e à falta de transparência na gestão de recursos humanos, iniciam assim um processo de luta que se prevê longo e com o potencial de afectar fortemente o serviço público de média.

Esta greve, que também com a adesão de outro sindicato da empresa, prosseguirá até que o Conselho de Administração se sente à mesa, disponível para negociar as matérias prioritárias para os trabalhadores da RTP, com espírito de diálogo construtivo e sem a habitual postura de adiar problemas e decisões para ganhar tempo. Esta, aliás, tem sido sistematicamente a estratégia de todas as administrações durante as últimas duas décadas e teve como resultado final a perda de 85% do valor da tabela salarial dos trabalhadores da empresa.

Fonte: SINTTAV