Foi com grande consternação que a Direção Nacional do SINTAB tomou conhecimento do acidente de trabalho ocorrido ontem, na fábrica da PROBAR, em Cernache – Coimbra, da qual resultou lesão grave a um trabalhador, com amputação de um dos membros superiores.
Ao trabalhador, o SINTAB garantirá o acompanhamento necessário que, quer a ocorrência, quer a situação laboral impõem.
Trata-se de um jovem trabalhador, de nacionalidade estrangeira, com vínculo a uma empresa subcontratada.
Respeitando o cuidado e o recato que a situação merece, mormente nas questões de cariz pessoal para o trabalhador, não podemos deixar de dar conta da reflexão que é necessária para o efeito, principalmente sobre as questões da segurança e saúde no trabalho.
A Comissão Sindical do SINTAB na PROBAR tem vindo a alertar para esta realidade, que resulta da falta de investimento em modernização dos equipamentos, mas sobretudo da falta de manutenção regular devido aos ritmos infernais de produção.
A obsolescência dos equipamentos, aliada à falta de manutenção regular, por clara priorização dos índices de produção sobre a segurança, resultou naquilo que já há muito se anunciava.
É importante lembrar que, nos dias de hoje, todo e qualquer equipamento que implique esmagamento, entalamento, etc, já está obrigado à implementação de dispositivos de segurança que impediriam o acontecimento da tragédia agora ocorrida.
Além disso, os ritmos infernais de trabalho provocam falhas de concentração e cansaço que levam ao surgimento regular de falhas que os dispositivos referenciados deviam evitar.
As autoridades terão de apontar responsabilidades a quem tem a obrigação de assegurar o cumprimento das regras e normas de segurança previstas na legislação, que são, obviamente, as empresas e os patrões.
O SINTAB permanecerá vigilante no sentido de evitar que, mais uma vez, se caia na tentação de culpar as vítimas em detrimento dos prevaricadores.
Registámos que, durante o dia de ontem, aquando da sua intervenção, a Autoridade para as Condições de Trabalho não procurou falar com os representantes dos trabalhadores, o que consideramos lamentável.
Fonte: Sindicato dos trabalhadores da agricultura e das indústrias de alimentação, bebidas e tabacos de Portugal