Mais de um milhar de trabalhadores, de todas as empresas que funcionam no complexo industrial da VW Autoeuropa, participaram no plenário que decorreu em quatro horários, ontem e hoje, mesmo com chuva e frio, de modo a ampliar a possibilidade do maior número de presenças no apoio à reivindicação de reconhecimento do desgaste rápido na indústria.
Ficou patente, logo às 8h30 de terça-feira, quando decorreu a primeira reunião, o forte interesse dos trabalhadores por esta iniciativa do SITE Sul, fruto de um esforço de unidade que incluiu a realização de um encontro com outras organizações representativas, no dia 16.
A participação em grande número e com ambiente muito positivo repetiu-se nas três seguintes sessões do plenário, iniciadas às 16h30, à 1h00 e às 8h30.
Em todas participou o secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.
A situação difícil que atravessam os trabalhadores da Vanpro e da Tenneco, que a VW Autoeuropa e o Grupo VW decidiram condenar ao desemprego, foi também abordada. Na presença de muitos trabalhadores destas empresas, foi aprovada uma moção de solidariedade, declarando a disponibilidade de todos para participarem em acções de luta, a definir colectivamente, na defesa do emprego na Vanpro e na Tenneco.
O motivo principal da convocação dos trabalhadores foi o andamento do processo relativo à reivindicação de reconhecimento do desgaste rápido para a indústria, incluindo as condições de trabalho no complexo industrial de Palmela, tanto na VW Autoeuropa, como nas empresas prestadoras de serviços e nas fornecedoras.
Como se refere na resolução aprovada sobre esta matéria, vai ser marcado um dia de luta para a data em que for agendada a discussão, no plenário da Assembleia da República, da petição, entregue pela Fiequimetal com mais de 13 mil assinaturas (incluindo muitas recolhidas nas empresas do parque industrial da Autoeuropa).
Nessa data, haverá greve e será organizada uma deslocação a Lisboa, para apoiar as reivindicações incluídas na petição. Entre estas, na resolução destaca-se a melhoria das condições no trabalho por turnos e nocturno e a opção de reforma antecipada, sem nenhuma penalização, a partir dos 55 anos de idade e 20 anos de turnos.
Das administrações, exige-se que assumam a sua responsabilidade pela recolocação urgente dos trabalhadores portadores de doenças profissionais e restrições médicas, sempre com a salvaguarda do emprego.
Foi salientada a necessidade do aumento real dos salários, quer através da reivindicação de aumentos salariais extraordinários, quer através da entrega de Cadernos Reivindicativos para 2025, de modo a fazer face ao aumento do custo de vida.