O debate na AR, no dia 3 de Julho, aconteceu por força da petição que recolheu mais de 13 mil assinaturas, entregue a 19 de Setembro. Uma forte acção de luta sublinhou esse momento, ao qual se chegou após um intenso trabalho de informação e esclarecimento entre os trabalhadores.
Esta força, firmada nos locais de trabalho, levou para dentro do Parlamento as mais que justas reivindicações dos trabalhadores:
— o reconhecimento, como profissões de desgaste rápido, daquelas que implicam o desempenho de tarefas associadas a trabalho monótono, repetitivo, com elevada cadência, com exposição a agentes químicos perigosos, bem como a prestação do trabalho em horário por turnos, horário nocturno ou laboração contínua;
— um regime especial de acesso às pensões, por parte dos trabalhadores nestas condições, prevendo, nomeadamente, o acesso à pensão de velhice a partir dos 55 anos, com 20 anos de descontos.
Depois de audiências de dirigentes sindicais com grupos parlamentares e uma audição em Comissão, várias forças políticas apresentaram mais de uma dezena de iniciativas legislativas, interpretando o conteúdo da petição.
Essa força, que os trabalhadores mostraram com a adesão à petição, mas também em plenários e outras acções, ficou evidente de novo, no dia 3.
Para além da determinação demonstrada na concentração, junto da AR, numa tarde de muito calor, muitos mais trabalhadores fizeram o devido uso do pré-aviso de greve que a federação emitiu para esse dia. Com impactos em paragens e na redução da laboração, a forte adesão à greve, na VW Autoeuropa e empresas do complexo industrial de Palmela, na Exide (antiga Tudor), na Mitsubishi e outras, confirmou como os trabalhadores não estão dispostos a desistir desta luta.
A maioria dos deputados, os deputados do patrão (que, no dia seguinte, reprovaram todas as iniciativas que procuraram corresponder à petição), não sonham o que é perder a saúde a trabalhar, ter de levantar-se de madrugada, não ver os filhos, ter marido e mulher a trabalharem em turnos e não poderem acompanhar os filhos nem a família — como disse o coordenador da Fiequimetal, na concentração de dia 3.
Sob sonoros aplausos, Rogério Silva garantiu que não vamos parar com esta luta, até sairmos vitoriosos com a nossa reivindicação, mais que justa e merecida.
Fonte: FIEQUIMETAL