Intervenção Interjovem na Grande Manifestação de 16 de Junho, em Lisboa
"Só uma luta desenvolvida por todos os trabalhadores, participando e dirigindo a acção sindical aos jovens, nos locais de trabalho, para que se organizem e sindicalizem, permite o combate consequente à precariedade, ao trabalho clandestino, às ilegalidades que surgem onde ainda não há organização sindical."

 


Intervenção Interjovem/CGTP-IN:

 

 

Camaradas

 

Saúdo, em nome da Interjovem/CGTP-IN todos os que estão hoje em Luta, deixando bem claro que não baixamos os braços, que temos condições e que vamos multiplicar as nossas forças para derrotar as políticas que destroem os nossos direitos, que aumentam a exploração e que só favorecem os patrões.

Hoje mostramos, mais uma vez, que é urgente, e que é possível, o combate firme e determinado à implementação de cada uma destas medidas.

Elas não passarão por cima da nossa resistência. Vamos trazer ainda mais gente para a Luta. Vamos derrotar este governo e o programa de agressão e construiremos, com a nossa Luta, uma alternativa a estas políticas!

Saúdo de forma particular os jovens trabalhadores que, enfrentando as difíceis condições de vida que nos estão a ser impostas, participam e trazem mais amigos, fazem crescer uma campanha de esclarecimento junto dos companheiros de trabalho para construir esta jornada de luta, trazendo à rua a exigência do trabalho com direitos, rejeitando o Desemprego e a Precariedade.

Hoje saímos à rua, reafirmando que “este país também é para jovens”!

Por mais que nos repitam a toda a hora a toda que estamos condenados aos salários que não chegam ao fim do mês, aos vínculos precários, alternados com o desemprego, empurrando-nos para a emigração forçada, demonstramos a actualidade de lutarmos, lado a lado, com todos os trabalhadores, independentemente dos vínculos e da situação no local de trabalho.

Somos todos trabalhadores. Precários são os Vínculos!

Só uma luta desenvolvida por todos os trabalhadores, participando e dirigindo a acção sindical aos jovens, nos locais de trabalho, para que se organizem e sindicalizem, permite o combate consequente à precariedade, ao trabalho clandestino, às ilegalidades que surgem onde ainda não há organização sindical.

É enfrentando a destruição dos direitos, onde ela surge, denunciando os problemas que resultam da implementação de muitas das recentes medidas que podemos obter vitórias importantes.

Temos vários exemplos que o confirmam. Num call center, como o da Tempo team, onde os trabalhadores são fortemente afectado pelos vínculos precários, foi pela acção sindical colectiva que se obtiveram contractos efectivos. Na Bosch, em Braga, foi pela denúncia dos contractos precários ilegais que mais de uma centena de trabalhadores conseguiu obter o vínculo efectivo com a empresa. É com um elevado índice de sindicalização, pela acção continuada, na empresa que os trabalhadores da EMEF conseguem transformar vínculos precários em efectivos, não permitindo que se dêem passos atrás num sector onde os trabalhadores organizados conseguiram importantes direitos.

 

Saímos desta acção mais reforçados para continuarmos a combater, no nosso local de trabalho e na rua, o desemprego, que entre os jovens atinge os 36,6%. Provamos, uma vez mais, que o trabalho com direitos, garantia de uma vida autónoma é uma exigência da juventude portuguesa.

Não nos contentamos com ocupações temporárias, estágios e bolsas que não se transformam nunca em trabalho efectivo e com direitos.

Rejeitamos a implementação das alterações à Legislação Laboral e as medidas que não combatem o desemprego, antes o agravam, tornando a situação pior.

As recentes medidas apresentadas pelo governo do PSD como medidas de combate ao desemprego jovem são destrutivas do direito ao trabalho com direitos, dos salários dignos e do direito aos jovens constituírem a sua vida no nosso país. Elas desvalorizam aquela que é a geração mais qualificada de sempre, permitindo a contratação de jovens com formações profissionais e académicas, com experiência e com valor, em situação altamente discriminatória nas empresas.

Ao abrigo da Medida “Estímulo 2012”, que faz parte deste programa, foram apresentadas mais de 4200 ofertas de emprego, sendo que 85% delas eram para a ocupação de postos de trabalho com vínculos precários. Ao abrigo destas medida, multiplicam-se, sem vergonha, as ofertas apresentadas pelo IEFP, para jovens licenciados a contratar por valores próximos do Salário Mínimo Nacional.

Camaradas:

A Luta continua! Com o lema “A Precariedade e o Desemprego não são para aceitar! São para combater”, estaremos, no próximo dia 14 de Julho, em Lisboa, em conjunto com várias Organizações de jovens, numa grande acção de protesto e de convívio, exigindo trabalho com direitos.

Apelamos, desde já, para que subscrevam, através das vossas organizações sindicais, o Apelo lançado pela Interjovem/CGTP-IN e pela ABIC para uma grande participação nesta acção, para que o divulguem a outras Organizações de jovens, para que este combate chegue mais longe, reforçando-se e crescendo.

Viva a Interjovem/CGTP-IN

Viva a CGTP-IN

Viva a Luta de todos os trabalhadores!