No mesmo dia em tem lugar uma sessão de esclarecimento sobre o programa do governo “Garantia Jovem” (23 Junho), que na verdade, contem medidas para impulsionar ainda mais a precariedade e a exploração dos trabalhadores, a empresa Nestlé apresentou o projecto “Aliança para a Juventude”, uma segunda parte da iniciativa de alegado combate ao desemprego jovem na União Europeia.
A dita “Aliança para a juventude”, em cujo lançamento estiveram o Primeiro-Ministro, o vice-primeiro ministro, o ministro do emprego e o Presidente da Comissão Europeia, seguramente para tentar passar a ideia de que “a coisa” é séria e para valer. Envolve para já treze empresas (Logoplast, BA Vidro, Vodafone, Sonae, BPI, Vodafone Portugal, Portucel, Jerónimo Martins, Eurogroup Consulting, Luís Simões, German, RAR, Graphicsleader e Saica Park). E prometem que, em Setembro outras aderirão.
Esta iniciativa apresentada de “combate ao desemprego” e visando a criação de 500 postos de trabalho pela empresa Nestlé, resumir-se-á, afinal, a apenas, cerca de 250( já que metade são estágios). No conjunto das empresas envolvidas estamos a contabilizar 8 mil estágios.
Este projecto demonstra que as grandes Empresas
- recorrem aos vínculos precários para ocupar postos de trabalho permanentes, para facilitar o despedimento e os baixos salários.
- estão a despedir trabalhadores efectivos para serem substituí-los por trabalhadores em estágio ou com contratos a prazo.
- apresentam lucros astronómicos (2013) como por exemplo: a Jerónimo Martins (mais de 380 Milhões de euros), a Sonae (319 Milhões de euros), a Vodafone Portugal (mais de 220 Milhões de euros) e a Portucel (210 Milhões de euros). E, em nome da crise que só os beneficiou, rejeitam negociar aumentos salariais.
Durante a iniciativa, Durão Barroso defendeu estas "novas formas de promover a integração de jovens no mercado de trabalho".
“Novas formas” que passam pela instabilidade laboral. “Novas formas” de colocar mão-de-obra a custo zero e pôr os Portugueses sobre uma espécie de escravatura dos tempos “modernos”, tendo como objectivo aumentar o lucro das grandes empresas à custa da exploração de quem trabalha.
A INTERJOVEM/CGTP-IN denuncia esta política que promove a precariedade e o desemprego e empurra os jovens para a emigração forçada. Consideramos ainda vergonhoso a colocação dos jovens numa “roda-viva” entre o desemprego e os vínculos precários.
A cada posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo efectivo.
A luta contra a precariedade efectiva-se com a unidade de todos os trabalhadores em defesa dos seus postos de trabalho. Com o aumento da sindicalização e da reivindicação. Pela luta concreta, em cada local de trabalho e na luta geral, que passa pela demissão deste governo, pelo fim da política de direita e pelo direito ao trabalho e ao trabalho com direitos. Por uma política alternativa, de esquerda e soberana.
No dia 10 de Julho é o dia de sair à rua. É dia de exigir trabalho com direitos, salários e melhores condições de vida.
Governo Rua!
A luta continua!