ESTAR NO DESEMPREGO NÃO É UMA OPORTUNIDADE
É UM FLAGELO SOCIAL A QUE URGE PÔR TERMO!

A taxa de desemprego oficial, no nosso pais, foi de 14,9% no primeiro trimestre de 2012, correspondendo a 819,3 mil desempregados, mais 130 mil que em igual período do ano passado. Aumentou, inadmissivelmente, 19% em apenas um ano.

No entanto, o número real de desempregados e subempregados já é superior a 1 milhão e duzentos mil, sendo a taxa real de desemprego de 21,5% (23,1% no caso das mulheres).  

É urgente revelar esta realidade. Muitos dos trabalhadores, conscientes das dificuldades de encontrar um novo posto de trabalho, deixaram de procurar emprego, passando a inactivos e outros emigraram deixando de contar para a estatística. Isso é visível quer na diminuição da taxa de actividade, quer no crescimento de 40% dos inactivos disponíveis.

A realidade é esta – No espaço de um ano perderam-se mais de 200 mil postos de trabalho, 73 mil dos quais no último trimestre. Todos os sectores de actividade foram atingidos, destacando-se os serviços, com menos 102 mil empregos, e a indústria, com menos 91 mil.

O desemprego cresceu em todas as faixas etárias, mas a taxa de desemprego entre os jovens menores de 25 anos continua a ser a mais elevada (36,2%) e foi a que mais cresceu.

A precariedade do emprego é a principal via para chegar ao desemprego. Os contratos não permanentes atingem 20% dos assalariados, sendo a sua não renovação responsável por mais de 70% dos postos de trabalho destruídos entre os trabalhadores por conta de outrem no período analisado.

Ao mesmo tempo a protecção social no desemprego chega a cada vez menos desempregados.  No primeiro trimestre apenas 349 mil desempregados tinham uma prestação no desemprego, o que deixa de fora 875 mil desempregados e faz cair a taxa de cobertura de 29,8% para 28,5% quando se compara com o mesmo trimestre de 2011.

O desemprego não é uma oportunidade. É o resultado das políticas que os sucessivos governos vêm implementando no nosso país desde há mais de três décadas, e das medidas decorrentes do acordo que o PS assinou há um ano com a Troika e que o Governo do PSD intensificou. Medidas que estão a fazer definhar a nossa economia, que estão a destruir muitos postos de trabalho e a piorar as condições de vida dos portugueses.

O desemprego causa muitos problemas aos desempregados e suas famílias, nomeadamente naquelas onde se esgotaram as prestações de desemprego ou sofreram cortes de outras prestações sociais.

Esta é uma política que despede os pais e nega o emprego aos filhos.

A CGTP-IN afirma que, face à situação de verdadeira calamidade nacional que o país atravessa e ao que os dados hoje divulgados pelo INE confirmam, se impõe a tomada de medidas que protejam efectivamente os desempregados, alargando a protecção social no desemprego, e implementando um plano nacional de emergência de combate ao desemprego e de criação de emprego.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 16.05.2012