floresta ambienteA CGTP-IN organiza em colaboração com a CES - Confederação Europeia dos Sindicatos, nos dias 24 e 25 de Setembro, em Lisboa, um Workshop que tem como objectivo discutir os problemas decorrentes das mudanças climáticas e apontar medidas que assegurem a protecção ambiental, a defesa e melhoria do emprego e dos direitos dos trabalhadores e o bem estar das populações.

Neste Workshop irão participar e intervir sindicalistas de vários sectores profissionais bem como representantes da APA - Agência Portuguesa do Ambiente, do CNADS - Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e outras organizações que se debruçam sobre esta problemática.

Os graves problemas ambientais, incluindo os resultantes das mudanças climáticas são indissociáveis, nomeadamente da lógica capitalista centrada numa visão predadora e mercantilista dos recursos naturais e de desprezo pelo ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos.

Uma situação que está a gerar alterações climáticas com fortes impactos negativos na vida quotidiana de todos e que exigem medidas concretas que visem a redução ou eliminação dos seus efeitos aos mais variados níveis. Com efeito importa ter presente que para além dos efeitos económicos e estruturais o impacto das alterações climáticas se faz sentir cada vez mais na saúde das pessoas.

Para a CGTP-IN a adopção de medidas para a preservação do ambiente tem de estar permanentemente ligada à salvaguarda do emprego e à criação de mais postos de trabalho. Neste sentido, importa estabelecer atempadamente um plano, para as empresas que eventualmente possam vir a encerrar, que assegure a formação e a colocação dos trabalhadores em outras unidades, em simultâneo com o incentivo à criação de mais emprego estável e de qualidade, como garante para a efectivação do trabalho digno.

Em Portugal, os governos têm elaborado planos de adaptação, como o roteiro para neutralidade carbónica, a produção de energias renováveis, a economia circular... Planos que para além de serem pouco conhecidos pelas populações, exigem que as propostas dos sindicatos sejam tidas em consideração e que a implementação das respectivas políticas sejam sujeitas ao seu acompanhamento e avaliação.

A Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC 2020) é pouco conhecida e ainda se faz pouco no que diz respeito a adaptações face aos efeitos catastróficos das alterações climáticas que exigem uma política global e integrada a diferentes níveis, do local ao nacional. Sabemos que algumas Câmaras Municipais, em colaboração com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente e algumas universidades estão a desenvolver Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas pelo que reclamamos que os trabalhadores, neste caso, os seus representantes sindicais, sejam chamados a participar nessas dinâmicas!

A CGTP-IN considera que é necessário que as empresas passem das palavras aos actos e tenham uma atitude responsável na preservação dos ambientes de trabalho, de acordo com o Desenvolvimento Sustentável, nos modos de produção, na eficácia energética, na eliminação da poluição e no respeito pelas condições laborais e de trabalho digno.

A emergência climática é real e devemos intervir para alterar este sistema económico capitalista e o seu comportamento predador que provocam a actual situação.

A CGTP-IN exorta os trabalhadores a participarem activamente na discussão de uma questão que é central para o futuro da humanidade, denunciando as causas e os responsáveis, em simultâneo com um apelo a uma atitude colectiva e individual que respeite o ambiente para uma melhor qualidade de vida para todos.

Vivem-se já os impactos das alterações climáticas em todas as vertentes da nossa vida social e profissional. Está cientificamente provado que as alterações climáticas estão cada vez mais destrutivas e que grande parte resulta do comportamento humano e do modo de produção e de consumo do sistema capitalista em que nos encontramos.

Desde há muito que a CGTP-IN desenvolve iniciativas em torno desta problemática, debatendo a Agenda 2030 da ONU com medidas para o Desenvolvimento Sustentável em perspectiva do equilíbrio entre as necessidades ambientais, sociais e económicas dos países, e priorizando os aspectos sociais, laborais e humanos. O próprio Acordo de Paris de 2015, que visa reduzir as emissões de carbono para a atmosfera, para além de ser insuficiente e contraditório não está a ser implementado da mesma forma por todos os estados. A renúncia do Acordo por parte do Presidente Trump dos EUA e o facto de Bolsonaro, Presidente do Brasil ameaçar seguir o mesmo caminho, acrescenta novos perigos, que exigem uma forte condenação internacional.

Vivemos tempos desafiantes. Entre 20 e 23 de Setembro decorre uma semana de acção/mobilização sindical no mundo inteiro em defesa do Clima, na boleia da Cimeira da Acção Climática organizada pela ONU no dia 23 de Setembro. A CGTP-IN defende um maior controlo na sua implementação real, que garanta uma « Transição Justa » que salvaguarde os empregos, melhores condições sociais para as populações e trabalho digno. É neste contexto que se vai realizar nos dias 24 e 25 de Setembro, o Workshop sobre “Consequências das alterações climáticas e emprego: sectores e regiões em riscos e como antecipar”.