As autoridades da Guiné-Bissau têm perpetuado desde 2021 uma reiterada perseguição e ataque à União Nacional dos trabalhadores da Guiné-Bissau – Central Sindical, impedindo o direito de manifestação e protesto, invadindo a sede da UNTG-Cs com a destruição de equipamentos e instalações e perseguindo trabalhadores e dirigentes sindicais.

No final do ano passado a UNTG-CS elegeu uma nova direcção, num congresso alvo de tentativas de condicionamento do seu processo democrático, o que não impediu a eleição e reconhecimento da direcção eleita.

Recentemente, após o encerramento a mando do governo da sede da UNTG-CS, um grupo que não reconhece o resultado do congresso e nomeando-se como direcção desta central sindical a coberto das autoridades ocupou as instalações da UNTG-CS num acto antidemocrático e de usurpação.

A CGTP-IN repudia o ataque que está a ser feito a esta central sindical por parte das autoridades guineenses. Denuncia os actos de violação dos direitos sindicais e de outros direitos fundamentais, nomeadamente a perseguição dos dirigentes, delegados sindicais e trabalhadores que não abdicam de lutar por uma vida melhor.

Expressamos a nossa solidariedade com o povo e os trabalhadores da Guiné-Bissau, que além de sofrerem com a deterioração das suas condições de vida enfrentam acções antidemocráticas, de ataque à legalidade constitucional e à democracia. Apela ao retomar da legalidade com o regresso da direcção legítima da UNTG-CS à sede da central e o normal exercício dos direitos sindicais. 

A CGTP-IN insta as autoridades portuguesas a agir em conformidade com os princípios da Constituição da República Portuguesa e a retirarem as devidas ilações no plano das relações com as autoridades da Guiné-Bissau.

INT/CGTP-IN
18.05.2023