Dezenas de pessoas uniram-se, este sábado, em solidariedade com Cristina Tavares, a funcionária da corticeira Fernando Couto-Cortiças, de Paços de Brandão, que foi despedida depois de denunciar ser vítima de assédio moral.
A iniciativa decorreu junto à Câmara Municipal da Feira e contou com mais de 130 trabalhadores, sindicalistas e membros da população local.
"A escravatura e o fascismo acabaram e por isso é obrigatório o apoio à Cristina Tavares", afirmou Gaspar Pereira, um dos manifestantes vindos de Santo Tirso que, esta tarde, se juntaram ao cordão solidário.
"Somos do sector gráfico e sabemos que também na nossa zona poderão estar muitas firmas em incumprimento para com os trabalhadores. Estamos aqui para dar o nosso apoio a esta nossa camarada", justificou Mário Rocha, manifestante vindo de Grijó, Gaia.
O Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte vai levar a trabalhadora à Assembleia da República, nas próximas semanas, promovendo um périplo pelas diferentes forças partidárias.
"Vamos sensibilizar todos os partidos para este assunto nacional e espero deles solidariedade e empenho na resolução do problema", disse o coordenador do Sindicato, Alírio Martins, anunciando ainda uma "tribuna pública" para o próximo dia 9 de Fevereiro, em Lourosa, em frente à Igreja Matriz. O movimento sindical e artistas deverão marcar presença.
Já o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou que esta é, "uma luta para travar e ganhar" e que, "vamos juntar muito mais pessoas para esta luta". Afirmou que a determinação de Cristina Tavares "é um exemplo que vale apena apoiar". "Temos a força da razão que se sobrepõem à força do dinheiro", adiantou.
Cristina Tavares foi despedida recentemente, depois de ter denunciado alegados "castigos" e assédio moral" de que estaria a ser alvo por parte da corticeira Fernando Couto-Cortiças, SA.
A empresa alegou que a trabalhadora denegriu a imagem da corticeira em artigos que saíram na Imprensa, com as supostas declarações caluniosas e que que todas as acusações da funcionária não correspondiam à verdade.
Em 26 de Novembro de 2018, a Fernando Couto-Cortiças, SA foi notificada da decisão da Autoridade para as Condições do Trabalho da aplicação à empresa de uma coima superior a 31 mil euros, por assédio moral à trabalhadora.
CGTP-IN
30.01.2019