Quando, no final deste mês de Junho, as trabalhadoras do sector corticeiro receberem os seus salários, fá-lo-ão, pela primeira vez na história deste sector, sem discriminação salarial face aos homens, seus colegas de trabalho.
No momento em que se assinala esta data histórica, que representa uma extraordinária evolução civilizacional, a Direcção da União de Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN, reunida no passado dia 16 de Junho, saúda as mulheres corticeiras na sua luta pela igualdade.
Este resultado demonstra que a luta de décadas destas mulheres, que é, ao fim de vários anos, coroada de êxito pleno, valeu a pena, e que a organização das trabalhadoras corticeiras no seu sindicato de classe, o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, filiado na CGTP-IN, foi fundamental para o desenvolvimento das negociações com a Associação Patronal, obrigando-a a aceitar um processo de eliminação gradual, desde 2008 até hoje, das discriminações que, nesse ano, ultrapassava os 100 euros. Processo que, não correspondendo ao desejado pelos trabalhadores, que exigiam o fim mais célere da mais anacrónica das discriminações laborais ainda existentes no nosso país, e que o patronato bloqueou quanto pôde, com o apoio dos sucessivos Governos, deu agora o seu pleno resultado.
A União de Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN sublinha ainda que o resultado agora atingido e que acaba com a existência de salários diferenciados para trabalhadores com as mesmas tarefas, apenas pelo sexo dos que as desempenhavam, deixa ainda em aberto a luta pela melhoria dos salários no sector que, como se sabe, é altamente competitivo, registando-se que Portugal é o maior produtor mundial de cortiça e dos seus derivados e conta com empresários que construíram toda a sua riqueza a partir da transformação da cortiça, designadamente o principal empresário do sector, que, a partir desta indústria se catapultou ao lugar de homem mais rico de Portugal.
Fonte: União Sindicatos de Aveiro